terça-feira, 21 de junho de 2011

Auto-crítica e minha cidade natal.

CRÍTICA AO MODELO SÓCIO-ECONÔMICO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO.

O primeiro tema que veio em minha mente, diz respeito as condições sócio-econômicas de São Tomás de Aquino. A minha vida toda eu sempre quis achar o culpado para a "desgraça" (no sentido de falta de graça e não ao xingamento) de São Tomás. A todo momento eu me confrontava com isso. Era um preconceituoso com a questão dos "nortistas", não por culpa minha, mais pela a conjuntura de minha criação (não só pensando na conjuntura familiar mais também da sociedade que culpa o proletariado por ser mais frágil e desarticulado) e certamente de muitos outros "aquinenses" (no sentido mais rígido, com pelo menos a quarta geração passada já residente em STA). Com isso eu achei, de forma prematura, o "vilão" ideal para nossa cidade o "nortista", pois no contexto que eu fui criado, a todo tempo via esse "nortista" como o ridicularizado, humilhado e o pior de todos o explorado! Me lembro muito bem que quando alguém, um "aquinense", fazia alguma coisa errada ou se portava como "brega", essa mesma na hora era chamada de "nortista", a cada vez que eu via aquele caminhão "pau-de-arará" cheio de pessoas e eu não via semelhanças com aquelas pessoas, e de forma estanque eu já criava as diferenças. Esse é o contexto que eu dizia.
Será que realmente o culpado era o "nortista"? Logicamente não. Se São Tomás de Aquino tivesse uma maior responsabilidade com que realmente faz a nossa sociedade se mover, provavelmente nossa cidade não enfrentaria problemas como esses. Os pagamentos são baixos, o trabalho na lavoura é intenso e desgastante. O individuo (o "nortista") que acaba de sair do roçado, não terá a capacidade de parar para pensar em sua conjuntura social, lutar pelos seus direitos. Ele já está exaurido para pensar nisso, então ele faz o mais prático: a "reprodução" dessa sistema falido.
Nesse ano fiquei com duas regiões em dúvida, para estudar a desvalorização do trabalho rural no meu trabalho final de curso. Uma era a região do sul goiano uma das primeiras fronteiras "desenvolvimentistas", que com a tecnologia do calcário, se tornou um região de vasto investimento econômico. Primeiro com os gaúchos trazendo a soja e agora com os paulistas interioranos levando a cana-de-açúcar. As condições de trabalho (dos nordestinos) nessa região ainda é mais miserável que a nossa, mas que não vem ao nosso caso aqui nesse debate.
Escolhi a Região Sul e Sudoeste de Minas, mais precisamente a região do Circuito das Montanhas Cafeeiras. Circuito no qual São Tomás ainda não pertence, porém as características sociais são quase as mesmas, sem pensar na proximidade da região. Minha intenção é produzir algo científico, que conte com/de nossa cidade e região, já que isso é quase inexistente nas bibliografias científicas.

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